No Natal de 1940, Alessandra era prisioneira de um campo de concentração nazista, na Polônia. Nessa época, Alessandra já estava magra, pálida e careca, além de estar bastante suja, descalça e com roupas rasgadas. Um dos oficiais nazistas foi no quarto dela, e ao vê-la, deu várias risadas, dizendo:
- A comunista aí parece que não vai durar muito.
Alessandra disse:
- Cuidado, que ninguém sabe, tu pode ir primeiro...
- Eu????? Veja eu, sua magricela. Eu estou forte, bonito, esbelte, eu sou o cara. Faço exames direto e minha saúde está em dia. Isso é impossível, tu é quem vai morrer primeiro, prisioneira! Olha como tu tá, suja, careca, descalça, magra... tu tá parecendo um palito, eu nunca sei se tu tá de lado ou de frente. Ah, e saiba, nós vamos vencer essa guerra, viu? Nós estamos fortes, só a Inglaterra do outro lado, tá sozinha, contra nós, a Itália e o Japão.
- Quer dizer que vocês vão ganhar a guerra e eu vou morrer primeiro?
- Claro que vai. Digo mais, esse é o último Natal de sua vida, prisioneira. Não creio que estarás viva até o próximo Natal. E digo mais, se não for de doença, que a gente faz questão que tu tenha, pode ser fuzilada, e eu terei o maior prazer de lhe fuzilar, pois eu odeio você, você é a prisioneira que eu mais odeio aqui. Quando chegar tua vez de ser morta, eu mesmo me ofereço pra te matar.
Alessandra ficou calada e o oficial, que estava tomando bebida, saiu. Ela não tornou mais a vê-lo porque no ano seguinte, ele foi retirado do campo para ir lutar na Operação Barbarossa. A guerra acabou virando para o lado dos aliados com a entrada dos soviéticos e americanos.
Quanto à provocação que ele fez que ela morreria antes dele, deu errado: ele morreu em 1945 durante a Batalha de Berlim, morto por soldados soviéticos. Ela sobreviveu ao campo de concentração e foi morar no Brasil, em Maceió, e ainda viveu até o começo da década de 90.
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