Numa certa tarde de sábado, a jovem Nuzy estava em casa, no Loteamento Maria Clara, quando uma mulher bateu à porta. Nuzy foi atender e ela entrou, dizendo:
- Cadê sua mãe?
Era Katariny, a irmã gêmea de Kátia. Ela vinha com um violão na mão, mala e cuia e estava com um vestido rosa e descalça. Nuzy disse:
- Tia Katariny? Minha mãe acho que não vai gostar de te ver...
- Oxe, e ela tem que gostar, é?
Katariny pôs a viola de lado, e as malas e se sentou no sofá. Pouco depois, Kátia chegou e ficou surpresa. Katariny disse:
- Gostou de me ver, irmãzinha querida?
- Não.
- Oxe, que pena. Eu vim de Jaboatão pra cá, pra ficar aqui com você.
- Pois devia ter ficado por lá.
- Não fala assim, tu é minha irmã...
Kátia disse:
- Katariny, ao menos tire seus pés sujos de cima do sofá, tu anda descalça pra todo lugar, pisando em tudo que é sujeira, e depois coloca seus pés em cima do meu sofá.
- Ai, irmã, andar descalça é muito bom. Negócio de usar calçado é coisa pra gente fraca, viu? Me desculpa que eu sei que tu usa. Mas tu sabe, nosso avô querido Antônio Neto só vive descalço, ele me ensinou a amar estar de pés no chão...
- Tá, diga logo o que tu quer.
- Ficar com você, irmã querida. Aliás, fiquei sabendo que tu foi candidata a vice e perdeu... Eu sabia, que a prefeita ia ganhar. Tu agora vai ficar sem mandato.
- Mas eu vou ser secretária com a prefeita.
- Oxe, já fez as pazes com ela???? Caramba, quanta mudança...bom, vou para o meu quarto, que está guardado desde que eu fui embora e deixei essa casa sem brilho... querida, e eu já fui chamada para tocar no restaurante da japonesa, a Nayara. Pretendo descansar, pra tocar e cantar lá hoje, e brilhar, para começar com chave de ouro minha volta à terra onde nasci...
Katariny foi para seu quarto e Kátia dizia:
- Droga! Acabou meu sossego!
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