sábado, 23 de novembro de 2024

O dia que Alessandra temia

 

Durante sua juventude, a jovem alemã Alessandra temia o crescimento da extrema-direita no seu país. Como Alessandra militava na esquerda, sabia que se tal coisa acontecesse - a extrema-direita assumir o poder -, ela ia ser muito perseguida. 

Em 1931, quando saiu a notícia de que Geli, a sobrinha de Hitler, havia cometido suicídio, Alessandra ficou chocada, mas teve uma ponta de alívio:

- Eu acho que agora é o fim da carreira política desse homem que só espalha o ódio. 

Mas ela estava enganada. Ela novamente teve uma preocupação quando ele ganhou a cidadania alemã e se lançou candidato a presidente contra Paul von Hindenburg, mas teve novamente uma sensação de alívio quando Hindenburg venceu a eleição. 

Mas o pior estava por vir: 30 de janeiro de 1933, e Alessandra caminhava pelas ruas de Berlim, de noite, quando viu uma agitação muito grande. Alessandra perguntou a um homem:

- Me diz uma coisa, que movimento é esse aí?

- Hindenburg acabou nomear Adolf Hitler chanceler! Agora, a Alemanha anda! 

Alessandra ficou estarrecida, principalmente quando viu passar vários militantes do Nacional-Socialismo saudando o novo chanceler, que estava em uma janela no alto da chancelaria. 

Alessandra disse para si mesma:

- Eu jamais vou perdoar Hindenburg. Votei nele para esse monstro não chegar lá, aí ele vai e nomeia ele chanceler! 

Alessandra começou a ser perseguida pela ditadura, até ficando presa em um campo de concentração entre 1939 e 1945, quando sobreviveu e foi para o Brasil. 

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