quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Jacilene protege a escrava Gilmara

 

Morando na casa da Sinhá Adriana, em Vila Rica, desde 1782, a francesa Jacilene entrou em choque com sua patroa por proteger a escrava Gilmara. Sinhá Adriana não gostou nada da tentativa de sua hóspede em proteger a escrava. 

Certo dia, em 1787, Sinhá Adriana disse para Jacilene:

- Tu protege demais essa escrava, eu desconfio que tu tem umas ideias erradas...

- Eu sou ser humana, apenas isso. 

- Pois saiba que escravos não são seres humanos, são objetos. E você tem que aprender isso. Se quiser continuar na minha casa! 



Jacilene ficava ameaçada de sair da casa, mas Sinhá Adriana a mantinha mais em consideração ao seu amigo que morava na França que a indicou. Gilmara, certa noite, serviu um jantar para Jacilene, e ela disse:

- Senhora, por que me protege tanto? A senhora está em choque com a sinhá. 

- Eu não ligo pra isso, querida. Você é uma pessoa como eu e ela.

- Mas...

- Nada de mas. Chegará o dia, talvez nem veremos esse dia, que vocês serão respeitados como seres humanos que são. Eu sou europeia, francesa, mas nunca me achei melhor do que ninguém,  eu mesma sou apaixonada pelos africanos, como por exemplo, a sua prole. 

- Muito obrigada, dona Jacilene. 

- Jacilene, pode me chamar de Jacilene. 

A francesa seguia amiga da escrava, mesmo contra a vontade de Sinhá Adriana. 

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