André, mesmo sabendo das loucuras de Fabíola, decidiu chamá-la. Fabíola ficou alegre com a proposta. Ela mesma tem sangue italiano, valendo ressaltar que seu avô Moysés era italiano, e se casou com a cearense Naná, fazendo com que ela tenha uma mistura de sangue italiano com sangue nordestino.
No museu, André disse:
- Aqui você só precisa atender o telefone e fazer anotações. Você fica aqui só pela manhã mesmo, minha irmã Lúcia fica de tarde.
- Muito obrigada, ninguém me queria para trabalho porque eu sou atual... o povo é tudo maluco, pensa que tá lá no Século XXI...
André disse:
- Bom, aqui já trabalhou a Vitória, irmã de Valdenes, mas ela não deu certo, ela é muito preguiçosa e inconsequente. O serviço aqui é leve. Só precisa tu chegar, abrir a porta, sentar naquela mesa, atender o telefone e fazer anotações.
Fabíola olhava o Museu e dizia:
- Que casa linda...
- Aqui viveu seu avô Moysés, antes dele se casar com Naná.
- Sério?????
- Sim, foi aqui que eles se estabeleceram quando chegaram de Verona.
- Que lindo o amor proibido que ele viveu com a Naná...
- Pois é, mas deu tudo certo, e eles se casaram lá em Vila Dourada e viveram juntos pra sempre.
- Quando eu começo?
- Agora mesmo. Pode ficar naquela mesa.
Fabíola se sentou à mesa e não se cansava de admirar o local. Mais tarde, André passou na escola de música e encontrou Eraldo, Valdenes e Tiago, o marido de Fabíola. Tiago disse:
- Fabíola tá lá no museu?
- Sim, ela amou o local. Parecia uma criança deslumbrada dentro de um parque de diversões.
- Como ela se imagina em épocas passadas, é o lugar perfeito pra ela - disse Eraldo.
Valdenes disse:
- Tadinha, ela é assim pensa que é das antigas...
- Pois é, mas ela tá errada nisso, e vocês também... eu sei que estamos em tempos muito mais avançados... - disse Tiago.
Eraldo, Valdenes e André olharam Tiago com certo ar de ironia. Ao contrário da esposa, ele se imagina em um futuro distante, sendo até viciado em jogos eletrônicos.
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