Quando a francesa Jacilene chegou em Vila Rica em 1782, foi morar na casa da Sinhá Adriana, que queria que sua hóspede tivesse amigos da alta sociedade. Mas Jacilene recusou-se a isso, tendo na cidade, amizade com pessoas simples e humildes, como a vendedora de comidas, Brenda, a Neide, a camponesa Fabiana e até mesmo a escrava Gilmara, que era escrava da Sinhá Adriana.
Em dado momento, no ano de 1785, Sinhá Adriana disse num jantar para Jacilene:
- Jacilene, quero te falar uma coisa.
- Fala, senhora.
- Tu veio de um país rico e te vejo andando com pessoas que são ralé da sociedade, feito aquela que vende comidas, a tal de Brenda, aquela outra que vive com animais, a tal de Neide, a matuta Fabiana e até mesmo a minha escrava aqui tu tem amizade com essa gente. Não te vejo andando com ninguém do nosso nível.
- São pessoas das quais me agradei, senhora.
- Pois tô vendo que tu é ruim de escolher amizades. Enquanto tu estiver debaixo do meu teto, não quero tu andando com a ralé. Nem muito menos com essa escrava suja e descalça que tem aqui na minha casa!
- A Gilmara...
- Me recuso até a dizer o nome dela! Por favor, se quer continuar vivendo aqui, é assim. Caso contrário, arrume suas malas e volte pra França!
Sinhá Adriana se levantou, mas Jacilene continuou mantendo essas amizades, discretamente.
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