Certa noite, ela saiu de casa, e Selma disse:
- Wêdja, tu viu Valquíria? Ela tem que tomar o remédio.
- Saiu.
- Saiu pra onde?
- Oxe, eu agora sou guardiã dela, é?
- Ela é sua tia, Wêdja. Mas pelo visto, tu nem liga pra ela. Só falta ela inventar de morar na rua feito Rita de Cássia!
Valquíria caminhava pelas ruas, e procurava por Valdenes, que estava naquela hora num ponto de ônibus - a antiga rodoviária - para ir para o Monte Castelo, bairro onde morava. Valquíria disse:
- Eu bem que sabia que te encontraria aqui, meu amor.
- Oxe, que conversa é essa? Eu já tenho namorada.
- A Aline Débora????
- Sim, e eu quero casar com ela.
Valquíria disse:
- Se tu soubesse o tipo de pessoa que ela é...
- Como assim?
- Meu amor, não queira casamento com ela. Ela parece ser boazinha, mas não vale o peido de um gato.
- Valquíria, não admito que tu fale mal dela.
- Ah, para com isso, coleguinha descalço. Quer saber quem ela é? Vá lá em Surubim!
- Oxe, o que danado tem lá em Surubim?
- Tu vai saber tudo sobre ela, ela e a irmãzinha Cyntia Fernanda moraram lá antes de voltarem pra cá.
Valdenes disse:
- Valquíria, tu tá é louca.
- Bom, o aviso já foi dado.
Valquíria saiu dali, e Valdenes, pouco depois, pegou o ônibus e ia pensando no que Valquíria tinha falado. Pouco depois, Valquíria voltou para casa, e Selma disse:
- Por onde tu andou? Pensei que tu tinha ido morar nas ruas, feito sua sobrinha Rita de Cássia!
- Não. Fui só lutar por quem eu amo.
- E quem tu ama?
- Isso não importa agora.
Valquíria subiu ao quarto. Selma ficou sem entender.
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