Em Vila Dourada, a madame Lady Andréia, conhecida por ser uma madame religiosa - era beata e andava lado a lado com Mônica - e tinha duas filhas - Gisella e Allana Hevellyn, escondia seu verdadeiro caráter na igreja. Malvada, perversa e cruel, nutria ódio contra a pintora Inalda, a alemã judia. Certo dia, ela ameaçou denunciar Inalda às autoridades.
O Brasil havia declarado guerra ao Eixo em 1942, e nessa ocasião, foram decretadas diversas restrições contra imigrantes italianos, alemães e japoneses, que eram parte da aliança contra qual o Brasil lutava naquele momento. Em Vila Dourada, no interior de Pernambuco, haviam famílias de imigrantes das três nações: alemãs e italianas no sítio Maniçoba e japoneses na própria sede municipal.
Lady Andréia foi procurar o delegado e disse:
- Inalda, uma alemã, vive por aqui, com a prima dela, Danielly. Ela tem que ser investigada. Aqui é uma cidade pernambucana, e tem gente do Eixo aqui, delegado.
- Vamos investigar isso...
Nesse período, eles não foram presos, mas tiveram seus rádios confiscados. Inalda e Danielly estavam na mansão quando receberam a polícia na porta. Inalda disse:
- O que querem?
- A senhora tem um rádio? Não poderás mais ter, porque imigrantes do Eixo estão proibidos de ter rádio para se informar.
Inalda tentou resistir, mas os policiais entraram e retiraram o rádio. Foram na casa também da família de Jadiael, o italiano. Lá estavam ele, sua esposa Lanie e os filhos Alycia e Arthur. Nessa ocasião, Arthur provocou os policiais, dizendo:
- Io sono italiano, com orgulho!
- Deixa, filho, deixa! - disse Jadiael.
Pouco depois, Jadiael foi na casa do seu inimigo, o coronel Jefferson, falar do que havia acontecido. O coronel cearense respondeu:
- Italiano, lamento te informar, mas não tenho nada a ver com isso.
O italiano Hélio, sua esposa Suzana e os filhos Bianca e Kayque também receberam visita dos policiais que tiraram o rádio da casa. Na cidade de Vila Dourada, sobrou também para a família japonesa também recebeu a visita dos agentes. Seu Masato ainda tentou resistir, mas não conseguiu. A esposa Yumi e a filha Naksu e o pequeno filho Kenji viam a cena, atônitos.
Ed, o dono da venda no sítio Maniçoba, ofereceu espaço na sua venda para que os que perderam seus rádios pudessem escutar as notícias, principalmente do "Repórter Esso" e da "Hora do Brasil". Só muito tempo depois que descobriram que perderam seus rádios após uma denúncia de Lady Andréia, o que a fez ser muito odiada entre os imigrantes.
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