De família nobre de Fortaleza, Sophia era tida como uma das mais lindas jovens da capital cearense no período do Brasil Império. Seu pai, Raul, era amigo de longas datas do barão Almir, o pai de Aline, Alvanir, Aurineide e do pequeno Daniel. Porém, Tereza, a esposa de Raul, não se dava bem com Delma, a esposa de Almir. Sophia ainda tinha um irmão mais velho, chamado Mauro.
No ano de 1862, Sophia tinha 27 anos, era muito bela e desejada pelos homens de Fortaleza. Houve em dado momento que até mesmo homens idosos chegaram a pedir ao Raul permissão para casar com a beldade.
Mas o coração de Sophia já tinha dono: tratava-se de Michael, um jovem de classe média, que tratava Sophia com verdadeira devoção. Em 1862, ele tinha 32 anos.
Acontece que Tereza, a mãe de Sophia, era bastante narcisista, e queria controlar a filha a seu bel-prazer. Não aprovava o romance dela com um "pobre". Raul não fazia oposição ao romance e Mauro não só aprovava o romance da irmã com Michael como ainda era amigo pessoal dele.
Mas nesse mesmo ano, uma tragédia se abateu: Michael morreu em uma queda de cavalo, nos braços de sua amada Sophia, que ficou inconsolável. Desde então, Sophia passou a sofrer de depressão.
Foi, na verdade, sua mãe Tereza quem tinha encomendado a morte do rapaz. Mas Sophia nunca teve conhecimento disso. Ficava horas e horas no quarto chorando, e não aceitava mais casamento com ninguém. Alvanir, a filha do barão, era uma das poucas pessoas que conseguia visitar Sophia. Alvanir dizia:
- Você é jovem, linda, levanta a cabeça. Você não pode ficar assim.
- Minha vida não tem mais sentido. Eu sou um estorvo nesse mundo.
- Para com isso, Sophia. Você é uma linda mulher, muito mais bonita que eu, você tem uma vida inteira pela frente.
- Sem meu amor Michael, minha vida não tem mais sentido.
Raul e Mauro alertavam Tereza sobre a situação de Sophia, mas Tereza disse:
- Isso é frescura dela. Eu sei o que é melhor para ela.
A depressão de Sophia agravou-se mais ainda em 1872, com a morte de Raul, seu pai que a chamava de "minha princesa". Tereza continuou ignorando os alertas de Mauro, até que Sophia, em uma certa noite de 1875, saiu de casa escondida e foi caminhar pelas ruas de Fortaleza. O dia mal amanheceu e Sophia foi para o mar, entrou na água e se afogou ali.
O suicídio de Sophia deixou a todos abalados. Tereza ficou abalada, e se arrependeu dos males que havia feito. Mauro, por sua vez, se tornou médico e procurava ajudar as pessoas em estado depressivo. Alvanir, por sua vez, chegou a compor uma canção em homenagem à sua amiga.
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