Em Santana do Pajeú, o menino Chiquinho, irmão de Zeca e Candoca, sempre foi tido como um menino levado. Descendente do cangaceiro Biu Ipojuca, alguns dizem que ele "herdou o sangue ruim do antepassado".
Certo dia, na bodega de Seu Deda, onde seu irmão Zeca trabalha, ele apareceu. Zeca disse:
- O que tu tá fazendo aqui?
- Nada. Só vim te ver.
- Vê la o que vai aprontar visse?
- Oxente mano que mania de achar que vou sempre aprontar...
- Sei quem não te conhece que te compre.
- Oxe eu nem tô a venda...
Zeca disse:
- Olha preciso ir ao banheiro por favor fica olhando aqui é rápido.
- Pode deixar.
- Mas não vá aprontar!
Zeca foi ao banheiro e Chiquinho aproveitou para trocar farinha por alguma coisa. Pouco depois Zeca chegou e aparentemente estava tranquilo. Apareceu o Seu Rui e Zeca lhe vendeu farinha.
Algumas horas se passaram, e Seu Rui voltou. Ele disse ao Zeca:
- Eu vou falar pra seu Deda a qualidade de empregado que você é?
- Oxe por causa de que tá dizendo isso?
- Eu pedi pra tu me vender farinha e tu me vendeu purgante em pó!
- Ha?????
- Sim, eu estava até agora no banheiro... é... Não interessa!
Zeca disse:
- Isso só pode ser coisa do Chiquinho!
- Que Chiquinho?
- Meu irmão eu deixei ele aqui sozinho porque fui ao banheiro... Ele me paga!
Zeca vendeu uma farinha real, e mais tarde ele ia brigar com Chiquinho, mas Candoca não deixou. Candoca protegeu o caçula mas chamou atenção dele para ele não aprontar mais.
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