segunda-feira, 24 de junho de 2024

A travessura de Chiquinho


Em Santana do Pajeú, o menino Chiquinho, irmão de Zeca e Candoca, sempre foi tido como um menino levado. Descendente do cangaceiro Biu Ipojuca, alguns dizem que ele "herdou o sangue ruim do antepassado".

Certo dia, na bodega de Seu Deda, onde seu irmão Zeca trabalha, ele apareceu. Zeca disse:

- O que tu tá fazendo aqui?

- Nada. Só vim te ver. 

- Vê la o que vai aprontar visse?

- Oxente mano que mania de achar que vou sempre aprontar...

- Sei quem não te conhece que te compre. 

- Oxe eu nem tô a venda...

Zeca disse:

- Olha preciso ir ao banheiro por favor fica olhando aqui é rápido. 

- Pode deixar.

- Mas não vá aprontar!

Zeca foi ao banheiro e Chiquinho aproveitou para trocar farinha por alguma coisa. Pouco depois Zeca chegou e aparentemente estava tranquilo. Apareceu o Seu Rui e Zeca lhe vendeu farinha. 

Algumas horas se passaram, e Seu Rui voltou. Ele disse ao Zeca:

- Eu vou falar pra seu Deda a qualidade de empregado que você é?

- Oxe por causa de que tá dizendo isso?

- Eu pedi pra tu me vender farinha e tu me vendeu purgante em pó!

- Ha????? 

- Sim, eu estava até agora no banheiro... é... Não interessa!

Zeca disse:

- Isso só pode ser coisa do Chiquinho!

- Que Chiquinho?

- Meu irmão eu deixei ele aqui sozinho porque fui ao banheiro... Ele me paga!

Zeca vendeu uma farinha real, e mais tarde ele ia brigar com Chiquinho, mas Candoca não deixou. Candoca protegeu o caçula mas chamou atenção dele para ele não aprontar mais.

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