Confinada em um campo de concentração desde 1939, a jovem alemã Alessandra via o sofrimento de perto, além dela mesma se sentir péssima. Por volta de 1941, Alessandra achava que seu fim não demoraria, pois estava magra, pálida e raquítica.
Um soldado, Klaus, vinha vê-la no local, e ela não gostava dele. Klaus ainda não demonstrara nenhum apreço pela prisioneira, e ela disse:
- Saia daqui, não quero vê-lo!
- Não fale assim, exijo respeito.
- Respeito? E que respeito têm pela gente? Estamos aqui sendo tratados pior que animais porque o seu líder diz que somos inferiores!
Klaus disse:
- Moça, entenda que a raça ariana...
- Chega, não quero ouvir nada! Imagino o que vai acontecer se ganharem essa guerra, todos seremos mortos!
Klaus disse:
- E nós vamos ganhar a guerra, moça. Somos três contra apenas um. A França foi invadida, e agora a Inglaterra tá sozinha na batalha. Não vai suportar a força da Alemanha, da Itália e do Japão...
Alessandra disse:
- Moço, posso te fazer uma pergunta?
- Faça!
- Como vocês podem falar em raças superiores se vocês estão aliados com latinos e amarelos orientais? Nem italianos e nem japoneses são arianos... o que pretendem fazer com eles se ganharem a guerra?
- Moça, chega a ser um atrevimento tal pergunta, foi estratégia do nosso líder, temos que obedecer.
- Ah tá...
- A guerra já é nossa, pode acreditar.
- E eu prefiro acreditar numa intervenção divina!
A "intervenção divina" aconteceu nesse ano: Alemanha invadiu a União Soviética e Japão atacou uma base dos Estados Unidos, provocando a entrada de soviéticos e americanos na guerra, virando o jogo que parecia perdido.
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