Numa certa tarde, a mendiga Deza - primeira moradora de rua em Lagoa da Italianinha - chegou na lanchonete de Quitéria, onde estavam as funcionárias Flaviana e Pri.
Deza, que por sinal, estava muito suja, com roupa encardida e descalça, e chegou pedindo bebida. Flaviana disse:
- A senhora tem dinheiro?
- Claro que tenho - disse Deza, mostrando o dinheiro.
Deza se sentou em uma mesa e foi beber. Enquanto isso Pri foi falar com Quitéria:
- Quitéria, aquela mulher bem grudenta tá aí na lanchonete.
- Vixe. A tal de Deza?
- Ela mesma. E tá fedendo, viu? Ta usando uma roupa podre e encardida...
- Ser pobre não é defeito mas ser podre é. E essa Deza passa da conta.
Quitéria desceu e viu Deza bebendo. Quitéria se aproximou e disse:
- Dona Deza, a senhora pode beber lá fora?
- Por que????? Porque sou pobre é?????
- Dona Deza não e por nada mas a senhora tá com catinga de... fezes.
- Oxe o que é que tem? A senhora também não caga?
- Mais respeito!
Deza disse:
- Quer saber? Vou sair dessa espelunca aqui depois dessa.
Deza terminou de beber, e pagou, dizendo:
- Sou pobre, fedida, suja e catinguenta, mas não lhe devo um centavo!
Deza saiu dali e foi se deitar no Pátio Verona.
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