Juntos até o fim

Nas histórias contadas pelo Sr. Thomas, já na sua velhice em Fortaleza no século XIX, ele costumava dizer que nunca conheceu alguém que se tivesse amor um pelo outro maior do que Aurélio e Áurea. Thomas dizia que eles eram verdadeiras "almas gêmeas" parecidos até em seus nomes.

No final do Século XVIII, em Vila Rica, Aurélio e Áurea se conheceram ainda crianças, mas um não vivia sem o outro a partir de então. Mas tiveram que superar uma barreira: Aurélio era pobre, criado pelo seu pai Jessé, que vendia comidas nas ruas de Vila Rica ao lado de Brenda. Já Áurea era de família rica, filha de Abel e Abigail, sendo que Abigail era muito amiga da maléfica Sinhá Adriana. 

A proximidade entre os dois chamou atenção de algumas pessoas, como a francesa Jacilene, a humilde Neide, Brenda, e do próprio Thomas, que ainda era criança nessa época, que costumavam estimular o amor entre os dois. Aurélio era disposto a dar sua vida pela sua amada. 

Abigail, influenciada pela Sinhá Adriana, proibiu Áurea de ter qualquer encontro com Aurélio. Mas Abel não viu nada de mal no menino, porém achava que aquilo tudo ia passar.

Mas não passou; tornaram se adolescentes e lutaram para assumir um namoro. Eles conseguiram se casar finalmente em 1797. 

Viveram juntos em Vila Rica, construíram uma linda família e permaneceram juntos até o fim - literalmente, pois já idosos e doentes, morreram no mesmo dia em 1862.