Uma jovem alemã, chamada Alessandra, era colega de infância de Inalda, a pintora judia que desde 1915, residia no Brasil. Desde esse ano, as duas não se veriam por muito tempo, mas Alessandra seguia tendo notícias da amiga, e convivia também com Danielly, a prima de Inalda.
Alessandra era tida como preparada e muito inteligente, bastante ativa. Até que sua vida começa a mudar por volta de 1933, quando Hitler é nomeado chanceler na Alemanha. Alessandra passou a ser visada por "ter inclinação para a esquerda" e por "não pertencer a raça ariana".
Em 1938, quando a loja da cantora Danielly foi atacada na "Noite dos Cristais", Alessandra tentou fugir para a Polônia. Mas não teve sucesso. Chegou 1939, e Alessandra foi pega exatamente na Polônia que havia acabado de ser invadida, sendo levada a um campo de concentração. Alessandra escreveu uma carta para Danielly, onde dizia:
"Danielly saia do país. Sua prima Inalda quer te abrigar lá no Brasil. Eu estou aqui em um lugar horrível, não sei se sairei viva daqui. Vá imediatamente. E diga a ela que estou bem!"
Danielly foi para Pernambuco, e lá passou a morar com a prima Inalda, que ficou triste ao saber o que havia acontecido com Alessandra.
Alessandra, porém sobreviveu a essa experiência horrorosa. Sentiu alívio alguns anos depois, no início de 1945, quando soldados soviéticos invadiram o campo, e ela foi libertada, bastante magra e pálida. Nunca mais ela se esqueceria daqueles anos terríveis que ela viveu.
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