A confissão de Clíntia

 

Num certo dia, a secretária na escola de música, Clíntia, estava se sentindo um tanto angustiada. Ela ficou assim depois que soube que o dono da escola, Eraldo, se tornou candidato a prefeito de Lagoa da Italianinha. Acontece que Clíntia já pretendia votar em Mimi. 

Eraldo e Valdenes chegaram juntos, e Eraldo disse:

- Clíntia, algum problema? 

- Bom, eu...

Eraldo disse ao Valdenes:

- Valdenes, pode nos dar licença?

- Sim, eu vou até dar uma chegada na praça. 

Valdenes saiu, e Eraldo disse:

- O que tu tem, Clíntia?

- Seu Eraldo, eu sou muito agradecida pelo senhor ter me dado esse emprego, mas se o senhor quiser me tirar, eu vou entender...

- Oxe, desembucha logo de uma vez. 

- Bem, é que eu soube que o senhor vai ser candidato a prefeito, e o Valdenes será o seu vice. Mas eu não posso votar no senhor, pois eu já tenho a minha candidata, a dona Mimi, da feira. 

Eraldo se sentou e disse:

- Clíntia, por favor. Eu entrei nessa disputa mais para apresentar minhas ideias, para uma política melhor e mais descente. Mas eu não acredito que ganharei, não. Portanto, não se apoquente com isso, querida. O que eu exijo de você é que você faça bem seu trabalho aqui e pronto. 

- Sério?????

- Sim, você vota em quem você quiser, estamos numa democracia. A propósito, a Mimi é uma pessoa boa, só não a apoiei por algumas questões que ficaram sem resolver. E a vice dela é prima do Valdenes, a Kátia, também muito boa pessoa. 

- Puxa, muito obrigada. 

- Mas se por acaso, tu conhecer alguém que rejeita Mimi e não tem em quem votar, aí você me indica. 

- Está certo. 

- Bom, se é isso que tu ficou nervosa, pode tratar de ficar calma. Continua seu trabalho, vota em quem quiser e pronto. 

Eraldo entrou, e Clíntia estava aliviada.