Presa em um campo de concentração durante os anos de 1939 a 1945, Alessandra lutou desesperadamente pela sua sobrevivência. A jovem, que foi presa por ser de esquerda e não ser da raça ariana, sofria constantes ameaças de oficiais.
Por algum tempo, Alessandra ficou careca, pois tinha tido sua cabeça raspada. Quando cresceu novamente, estava pálida, magra e sem comer direito. Sentia que não viveria muito, e tentava até mesmo escrever para seus pais. Mas sem sucesso.
Alessandra temia principalmente pelas crianças que ali estavam. Ela testemunhou de perto a execução de algumas delas. Os oficiais as levavam para um lugar, dizendo que haveria uma "brincadeira", quando as crianças estavam indo encontrar a morte.
Alessandra tentava salvá-las. Mas era impossível. Não conseguia. Dormia e tinha pesadelos à noite com a situação.
Em 1941, a Alessandra ouvia relatos que a guerra estava perdida para os aliados, e a Alemanha estava com a vitória na mão. Mesmo sendo alemã, ficava triste com a notícia, pois seu país era governado por um ditador cruel e sanguinário. Alessandra, em dado momento, disse a uma mulher que estava do seu lado:
- Eu espero ainda que essa guerra possa tender para o lado dos países aliados contra o ditador da Alemanha...
- Quer saber? Tá impossível... a Inglaterra tá sozinha na guerra. A França foi invadida pela Alemanha. É Inglaterra sozinha contra Alemanha, Itália e Japão. Pode esperar, esse monstro vai vencer a guerra, nos matar e dominar o mundo.
- Isso não há de acontecer.
Um oficial entrou dentro do quarto, chamou a mulher que estava com Alessandra, e do lado de fora, ele a matou.
Alessandra chorava, e em dado momento, orou:
- Tudo está perdido... Intervenha, Senhor...Que haja um milagre...
No final de 1941, um lampejo de esperança surgiu para Alessandra: ela recebeu a notícia que a Alemanha havia invadido a União Soviética, e o Japão havia atacado a base naval de Pearl Harbor, no Havaí, pertencente aos Estados Unidos. Com isso, Estados Unidos e União Soviética se uniram à Inglaterra, entraram na guerra e o jogo iria virar. Ela sabia que americanos e soviéticos tinham muita força bélica. Alessandra disse, já fraca:
- Eis o milagre que eu pedi...
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