Numa certa tarde, a jovem Clíntia passava pelo Terminal Rodoviário de Lagoa da Italianha quando viu o Valdenes, que é seu amigo de longas datas. Os dois conversaram bastante, e Clíntia disse:
- Eu fico feliz em saber que tu saiu das ruas, amigo. Te ajudei muito, você sabe...
- Claro, e agradeço pelas marmitas que tu me levou.
- Só não sei, Valdenes, como tu aguenta ainda andar descalço, oxe.
- Costume meu, mesmo depois que saí das ruas, continuo andando descalço.
- Eu, hein?
- E que mal lhe pergunte, tu tá indo para onde agora?
- Tô indo entregar um currículo na agência de publicidade de Wéllia.
Valdenes disse:
- Logo de Wéllia?
- Tu a conhece?
- Clíntia, vou te ser sincero. Aquilo não vale o peido de um gato!
- Bom, mas preciso desse emprego...
- Boa sorte, apesar de tu merecer uma patroa melhor.
Clíntia foi à agência e foi recebida por Wéllia, que lhe fez algumas perguntas. Quando tudo parecia que Clíntia ia ser contratada, Wéllia recebeu uma ligação, e durante sua ligação, usou uma expressão racista contra o cliente que era afrodescendente. Wéllia desligou o telefone, e disse:
- Bom, me dê seu currículo!
- Não vou dar!
- Oxe, que conversa é essa?
- Bem que uma pessoa me disse que a senhora não vale o peido de um gato! Tratar a pessoa com racismo????? Isso é inaceitável.
- Ah, só por isso, é? Você é defensora dos fracos e oprimidos, é?
- Chega!
- Olha, sua insolente, eu estava pronta pra te contratar, mas só por essa sua fala, você já está demitida antes mesmo de ser contratada. Pegue seu currículo e dê meia volta!
- Eu é quem não quero trabalhar com uma racista!
Clíntia saiu dali, e Wéllia disse:
- Por isso que essa daí nunca vai ser nada na vida...
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