Cida, recentemente, deixou de vender jogos, segundo o dono da banca, por ela "feder demais". Agora, passa o dia na rodoviária pedindo esmolas para comer algumas coisas e tomar um café.
Eraldo, por exemplo, diz que Cida já foi uma mulher muito rica, mas desperdiçou dinheiro com roupas, jóias, sapatos caros, e gostava de esnobar pobres. Ficou louca depois de perder tudo, e o tonel serve como uma espécie de "refúgio" para não dormir em calçadas.
Já o Valdenes, que já morou nas ruas, alega que Cida nunca foi rica, mas era de classe pobre, sendo que começou a fazer coisas erradas e foi expulsa de casa. Nunca mais quis voltar e adotou o tonel como seu abrigo.
Marlene, que é a dona da lanchonete da rodoviária e já foi moradora de rua, tem outra história. Diz que Cida era de classe média, mas enlouqueceu e foi jogada pra fora de casa, por ser violenta. Devido a isso, passou a morar nas ruas e escolheu um tonel pra morar.
O desencontro nas histórias contadas por eles e por outras pessoas se dá pelo fato de que Cida conta histórias diferentes do seu passado, e não se sabe qual é a verdadeira.
A respeito da sujeira, é vista sempre com a mesma roupa. Quando perguntada como faz para fazer suas necessidades, visto que mora dentro de um tonel, Cida diz:
- Oxe, ou mijo ou eu largo o barro nas calças, mesmo.
- Oxe, doida, você, viu? - disse Deinha, funcionária da lanchonete.
O tonel onde Cida se esconde tem uma tampa, mas ela abriu um buraco, onde passa um ar. Na época que uma multidão de moradores de rua ganhou apartamentos no Luar do Sertão e Bella Ciao, Cida não quis ir. Inclusive, conta-se que ela já fugiu de abrigos, pois ela alega "odiar seguir regras".
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