Num certo domingo de manhã, a maluca Sílvia estava na rodoviária de Lagoa da Italianinha, sentada e falando sozinha, como se estivesse brigando com alguém.
Marlene disse para Deinha, na lanchonete:
- Essa maluca pé sujo do barril perdeu o juízo de vez, foi? Tá falando sozinha feito doida.
- Deixe ela, coitada. Sílvia é assim, agitada.
Sílvia foi para a lanchonete de Marlene, e disse:
- Quero um café.
Santa, a outra funcionária da lanchonete, atendeu Sílvia, e Santa disse:
- Por onde tu andou, que nunca mais tu aparecesse?
Sílvia disse:
- Fui abduzida por um ET, eu passei esses dias em Marte.
- O que?
- Sim. Teve até um ET que queria se casar comigo, eu mandei ele pro inferno, eu disse: Me solta, quero voltar pra terra! E voltei. Me jogaram no meio do Oceano Atlântico e vim nadando até sair em Maceió e vir pra cá.
Santa não acreditou na história. Santa disse para Marlene e Deinha:
- Tá aluada, mesmo. Ela disse que foi pra Marte. E jogaram ela no meio do mar e ela foi nadando até Maceió.
Marlene disse:
- Essa maluca anda descalça, e parece que as sujeiras dos pés dela chegou aos miolos dela.
Sílvia foi se sentar, enquanto tomava seu café. A sua blusa vermelha e sua calça jeans estavam um pouco sujas, e ainda estava descalça, e alguns a confundiam com uma mendiga.
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