segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Giovanna serve sopa para os moradores de rua

 

Quando Giovanna Victórya, a filha da prefeita Myllena, chegou da Áustria, alguns a achavam um tanto "patricinha", e algumas pessoas lhe torciam o nariz, ocasionado pelos anos de ausência da cidade, onde acabou passando oito anos transitando entre a Alemanha e a Áustria. Giovanna se veste muito bem e ao contrário de sua mãe, não anda descalça, mas sim, usa sapatilhas. 

Giovanna, porém, quebrou esse conceito ao organizar uma noite de distribuição de sopa para os moradores de rua. Apesar de ser filha da prefeita, Giovanna não quis pedir nada à mãe, mas o fez do próprio bolso, e com a ajuda da advogada Flávia e ex-mendiga, que atualmente atua como secretária de Ação Social. 

Como Giovanna morou sozinha em Viena, ela aprendeu a preparar comida, principalmente sopa. E foi exatamente o que ela fez. Numa noite, Giovanna e Flávia foram até a Praça 27 de Dezembro, onde costumavam ficar a maior parte dos moradores de rua. A mendiga Gabriella ajudou a distribuir a sopa para os outros mendigos. 

Gabriella, sua irmã Hyasmin, além de Patrícia, Andreza, Guilherme, Gílson, Renata, Solange, Juliana, Maria, Suzy, Deza, Jéssica, Josielma, Ruth, Iraneide, Gigi, Fábia, José Felipe, Layana, a paralítica Tatá, além dos "perigosos" Plácido, Sandra, Priscila, Eric, Iago, Moninha, Dardina, Madame Anne, Lua e Silvana estiveram no local para cada um pegar suas sopas. Gabriella ajudou a organizar a fila, e Giovanna entregava à Flávia, que distribuía para cada um. 

Depois de terminar tudo, Giovanna disse à Flávia:

- Eu não sei, Flávia, como eles ficaram morando nas ruas mesmo quando minha mãe deu apartamentos para alguns que antes eram mendigos...

- Eles não quiseram ir, Giovanna. 

- Oxe, que coisa, como é que eles preferem ficar nas ruas do que ter um teto? 

- Giovanna, eu já morei nas ruas por dez anos, eu mesma era assim, eu sei o que sente cada um deles, porque eu sofri na pele. Não podemos condená-los por ter tomado essa decisão. Alguns já se acostumaram a viver ao relento, outros tem traumas, outros não querem obrigações e tem alguns envolvidos com coisas erradas. Mas a maioria, pelo menos, saiu das ruas e hoje moram lá nos conjuntos Luar do Sertão e Bella Ciao, obra que sua mãe inaugurou. 

- Eu fico feliz pelos que saíram das ruas e hoje levam uma vida mais digna...

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