Numa certa manhã na rodoviária de Lagoa da Italianinha desceu uma mulher com trajes humildes, e ao se sentar para pedir um café, perguntou à Marlene:
- Bom dia, eu quero saber onde fica uma hospedaria mais próxima. Eu me chamo Karine.
- Fica logo aqui perto, naquele prédio ali.
- Ótimo. Quero saber se lá aluga quartos para viver por lá mesmo.
- Sim, aluga.
- Ótimo. É só o que eu quero.
Karine tomou um café e foi para a hospedaria, onde falou com Luciana, a proprietária. Luciana disse:
- A senhora teve sorte, porque só tem um quarto reservado para aluguéis, o resto é só para pessoas que vão se hospedar. Mas é o menor deles.
- Sim, eu quero. - disse Karine.
Luciana apresentou o quarto à Karine, que aceitou na hora. Luciana disse:
- Que mal lhe pergunte, quem é a senhora?
- Sou uma missionária nômade, não tenho teto e vivo assim, eu era muito rica lá em Caruaru, mas larguei tudo, fui deserdada, e agora vivo assim.
- Oxe, a senhora rica e largou tudo?
- Porque existe uma riqueza muito maior que qualquer dinheiro na terra, dona Luciana. Eu quando tinha tudo, eu achava que eu era melhor que todo mundo, eu era prepotente, arrogante, maltratava as pessoas, hoje, depois que me converti, eu me fiz assim, simples, sem nada... entende? Apenas um vestido, de pés no chão e só uso chinelos de vez em quando... eu sou feliz assim.
- Tá bom, a senhora quem sabe...
Karine pagou o adiantado e se estabeleceu ali. Seu alvo principal era se aproximar dos moradores de rua.
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