Na década de 20, na mesma cidade famosa por seu romance proibido de Romeu e Julieta, acontecia quase que algo parecido. Em Verona, Jadiael, um jovem socialista, apaixonou-se por Lanie, que fazia parte de uma família muito rica. Evidente que o pai de Lanie não gostou da ideia. Aliás, na família, apenas Sandra, a tia de Lanie, que tinha mente de criança, gostou do rapaz.
Tia Sandra dizia para Lanie:
- Ele te ama, casa com ele...
- É o que mais quero, tia Sandra...
Jadiael não precisou, pelo menos, cometer as mesmas loucuras do casal famoso da tragédia; ele teve coragem de enfrentar os pais de Lanie, e foi até a casa dela. O ano era 1928. Jadiael e Lanie já se encontravam às escondidas desde 1927, pelo menos.
Jadiael disse:
- Vou ser direto no assunto, eu amo a Lanie e quero me casar com ela!
O pai de Lanie disse:
- Mas era só que me faltava. Minha filha de casar com um socialista sem eira nem beira!
Lanie disse:
- Pai, eu quero me casar com ele.
- Filha, se tu se casar com ele, tu vai ter vida agitada! Tu não sabe o momento político que estamos passando?
- Sei de tudo isso, pai.
Apesar de todas as contrariedades, Jadiael conseguiu convencer o sogro. Em 1929, Jadiael e Lanie se casaram, finalmente. A primeira filha, Alycia, nasceu já em 1930, e o segundo filho, Arthur, nasceu em 1934. Em 1935, deixaram a Itália por questões políticas e se estabeleceram no Nordeste do Brasil, onde floresceriam a cidade de Lagoa da Italianinha, em pleno agreste de Pernambuco.
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