Quando em 1942 o Brasil declarou guerra contra o Eixo, formado por Itália, Alemanha e Japão, os imigrantes dessas nações ficaram em pânico. No sítio Maniçoba, no interior de Pernambuco, onde viviam duas famílias inteiras vindas da Itália, além da alemã Inalda, o medo não foi menor.
O italiano Jadiael, sua esposa Lanie, seus filhos Alycia e Arthur, além de Moysés, temeram perseguição governamental a partir de então, bem como Hélio, sua esposa Suzana e os filhos Bianca e Kayque. O coronel cearense Jefferson, o grande inimigo de Jadiael, se aproveitou disso para ameaçar o italiano de tomar todas as suas terras se ele insistisse que a cerca que dividia as propriedades estava no lugar errado.
Apesar de ter recebido ordens para não receber "imigrantes do Eixo" em sua venda, Ed desafiou e continuou recebendo Jadiael, Hélio e a alemã Inalda. Desesperados, ainda Jadiael e Inalda, juntos, defendiam que quem tinham afundados os navios brasileiros tinham sido os americanos, e não os alemães. Ed disse:
- Mas isso não tem cabimento, a troco de que os americanos fariam isso?
Jadiael disse:
- Ora, os americanos afundaram os navios nas costas da Bahia pra culpar os alemães e fazer a gente lutar a guerra do lado dos aliados, caspita!
Inalda disse:
- Sim, vê se não tem sentido... Vargas tem boa relação com os países do Eixo, não tem como ter sido eles.
Ed disse:
- Também não tem cabimento dizer que os americanos usariam desse tipo de expediente. Eles têm outras formas de persuadir o Brasil a entrar na guerra, muito mais eficazes.
Nos anos da guerra, eles enfrentaram algumas perseguições, como por exemplo, terem seus rádios confiscados, após uma denúncia de Lady Andréia - inimiga de Inalda. -.
Mas ainda não foi essa a única mudança: o agricultor Antônio Neto, que morava no sítio Maniçoba, foi convocado pela FEB para lutar na guerra, o que entristeceu sua mãe Mônica. Ele voltou da guerra em 1945, um tanto abalado por tudo que presenciara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário