Por volta do ano de 1943, Maria Clara, a camponesa filha de índios, morando ainda sozinha em sua simples cabana, sempre chamava atenção da comunidade do sítio Maniçoba por sua forma diferente de viver. Só dormia no chão, andava sempre descalça - diz-se em Lagoa da Italianinha que ela jamais usou um calçado em toda sua vida -, e às vezes, fazia loucuras, como se banhar no chafariz no centro de Vila Dourada. Além disso, passou a criar um rato, a quem deu o nome de "Romeu".
Maria Clara costumava sair pelas manhãs para colher frutas, e depois, caminhar pelo sítio. Ia pela venda de Ed, e poucas vezes, conversava. O padre Francisco olhou a camponesa descalça e a estranhou. Ele disse ao dono da venda:
- Essa moça bem estranha, achei...
- Pobre e solitária, é o jeito dela.
Sua melhor amiga era a alemã Inalda, a pintora judia que vivia no sítio, que deu a ela aulas de pintura. Inalda chegou a oferecer uma casa melhor pra Maria Clara, mas ela se recusou, pois queria continuar vivendo na simplicidade.
Na sua pequena cabana, viveu sempre, chegando a se casar com o italiano Fausto e criar sua filha Leda. Em 1989, no terreno dessa pequena cabana nasceria o Loteamento Maria Clara.
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