Armanda usava uma camisa-de-força quase o tempo todo, pois ela costumava arrumar brigas, e era bastante perigosa. O ano era 1902, e Armanda, já com 62 anos e 13 presa no hospício, ainda queria acabar com a prima Alvanir.
Nessa ocasião, Alvanir foi visitar Armanda no hospício, embora foi avisada dos riscos que corria. Nessa época, Alvanir ainda morava em Fortaleza.
Alvanir, que já tinha 57 anos, viu sua prima presa em uma camisa-de-força, descabelada e descalça, e disse para ela:
- O que tu ganhou com esse sentimento de inveja? Qual foi seu ganho? Terminar sua vida dessa forma, trancada em um manicômio?
- Eu sou linda, tu tomasse meu lugar, o brilho era meu, e tu tomasse.
- Tu mesma apagou-se quando se dedicou a ser invejosa.
Armanda disse:
- Saia daqui! Saia! Só não te mato porque estou com as mãos presas. Mas ainda quero te matar, quero acabar com você e com toda sua raça!
Alvanir saiu dali, arrasada. No fundo, apesar de todas as maldades, ela amava a prima. Ela disse ao marido:
- Queria tanto que Armanda tivesse seguido outro rumo. Mas ela preferiu se entregar à inveja. Armanda era muito jovem e bonita, eu acho que até mais bonita que eu. Mas ela estragou tudo com tanta maldade.
Antônio disse:
- Alvanir, ninguém planta banana pra colher maçã. O que se planta, se colhe. O que ela colheu foi isso. Ninguém tem culpa de nada, a culpada é unicamente ela. Uma mulher muito bonita, poderia ter arrumado um ótimo casamento, constituído uma família. A irmã dela, Denise, é um exemplo, tá casada, com uma linda família. Mas ela terminou sozinha e presa num manicômio porque ela preferiu ser consumida pela inveja.
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