Na aldeia indígena que antigamente fazia parte do município de Vila Dourada - hoje fica em Lagoa da Italianinha, depois da emancipação desta -, entre os índios vivia uma criança, a Yara, que não era também uma índia comum: ela era filha do chefe da tribo. Nascida em 1926, tinha 9 anos em 1935, quando da chegada dos imigrantes italianos naquele município do agreste pernambucano.
Yara logo criou amizade com a camponesa Maria Clara. É que Yara sabia da origem indígena da camponesa descalça. Embora Yara não tivesse amigos fora da aldeia, ela tinha afeição por Maria Clara, a quem tratava como "irmã mais velha".
Yara também criava uma espécie feminina de coelho, a quem batizou de "Júlia", em homenagem a uma bióloga alagoana que a salvou de um afogamento quando ela tinha ainda seis anos.
Mesmo com pouca idade, a pequena índia já era valente e guerreira, sabendo usar muito bem arco e flecha, e sem medo de nada, nem de animais selvagens, nem de pessoas perigosas. Ela era muito querida na tribo, mas apenas não se dava muito bem com a índia Tainá, tida como dona de um gênio muito difícil.
Conta-se hoje em Lagoa da Italianinha que Yara era tão valente que chegou a enfrentar o bando de cangaceiros liderados por Biu Ipojuca, quando invadiram Vila Dourada. Até hoje não se sabe se isso realmente ocorreu.
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