Numa certa tarde, durante a sessão da Câmara de Lagoa da Italianinha, entrou uma mulher pobre, e que se sentou em uma das cadeiras. Um pouco suja, trajando blusa preta, calça jeans rasgada suja e tênis velhos, ela começava a olhar os vereadores.
Em dado momento, durante o discurso do vereador Marco Aurélio, a mulher, chamada Eduarda, disse:
- Tudo ladrão! Tudo ladrão!
Inicialmente, eles não deram ouvidos. Até que Eduarda gritou mais alto:
- Tudo ladrão. Não presta um!
A presidente Karoline mandou a mendiga se calar, mas ela gritava mais forte:
- Tudo ladrão!
Karoline chamou a polícia, e Eduarda continuava falando. Pouco depois, chegaram os policiais Júnior e Ana Clécia, que levaram a mendiga presa. Eduarda não reagiu. Os quinze vereadores e os outros presentes no plenário viram a confusão, abismados.
Karoline, depois de encerrar a reunião, foi procurar saber quem era. Ana Clécia, a policial, disse pra presidente da Câmara:
- Revistamos ela não encontramos nenhuma arma, ela parece não ser muito certa do juízo. Disse que se chama Eduarda, não tem casa, nem família e dorme nas ruas.
- É, mas ela veio aqui esculhambando com a gente.
- Não vimos nela uma pessoa de alta periculosidade. Ela é apenas uma mulher que tem transtornos mentais. Sugiro apenas proibir a entrada dela aqui para não perturbar a sessão. Nós investigamos a vida dela e não achamos nenhum crime, inclusive essa foi a primeira vez que ela pisou em uma delegacia.
- Está certo. Como quiser, Ana Clécia.
Eduarda ficou algumas horas na cela e depois foi solta, indo dormir na rodoviária.
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