Daniel: de menino prodígio a próspero fazendeiro

 

Filho mais novo do barão Almir e da baronesa Delma, família importante de Fortaleza, além de ser irmão caçula de Aline, Alvanir e Aurineide, o menino Daniel sempre mostrou uma inteligência precoce. Muito ligado aos pais, especialmente ao seu pai Almir, sempre foi muito carinhoso, especialmente também com sua mãe Delma e sua irmã Alvanir, embora amasse a família toda. 

Daniel até aprendeu a tocar piano com Alvanir, e em Fortaleza, sempre foi tido como garoto prodígio. Nascido em 1860, com apenas seis anos, em 1866, já sabia tocar piano e falar idioma inglês. Também costumava ler a Bíblia, que sua mãe Delma lhe deu de presente. Além do mais, costumava proteger sua irmã Alvanir das maldades da prima Armanda, que sempre foi invejosa contra ela. Não foram poucas as vezes que Daniel estragou os planos da megera. 

Daniel cresceu e tornou-se próspero, tocando as fazendas de seu pai; quando a escravidão foi abolida em 1888, Daniel ajudou a trazer imigrantes italianos e japoneses para trabalhar nas fazendas, mesmo o Nordeste tendo recebido poucos imigrantes desses países. 

Quando sua irmã Alvanir, já idosa e viúva, por volta de 1915, se mudou para Pernambuco, Daniel também decidiu se estabelecer perto dela. Soube que havia ali uma grande fazenda à venda e a comprou. Ali florescia o sítio Maniçoba, no município de Vila Dourada, com três fazendas: a de Alvanir, a de Daniel e a da pintora alemã judia Inalda. 

No ano de 1936, quando Daniel já tinha 76 anos e morava sozinho, acolheu em sua casa suas sobrinhas-netas, as irmãs Maria José e Flavinha, que eram netas de Aurineide. Vale ressaltar que Flavinha foi expulsa de casa por ter decidido se tornar evangélica, e seu irmão mais velho Jefferson não aceitou. Maria José decidiu acompanhá-la. Apesar da idade avançada, Daniel gozava de boa saúde e não parava de trabalhar. E assim foi por muitos e muitos anos.