Certa tarde, na rodoviária de Lagoa da Italianinha, desceu Candoca, que vinha de Santana do Pajeú. Ela queria rever sua amiga Leila. Candoca chegou na lanchonete de Marlene e disse:
- Vocês conhecem uma Leila, uma galega, que vende picolés.
- Sim, ela tá por aí - disse Deinha, funcionária da lanchonete.
- Como eu encontro ela?
- Bom, ela sempre vem pra cá depois que termina de vender picolé.
Candoca ficou ali esperando. Uma hora depois, Leila apareceu, e ficou feliz ao rever a amiga de infância. As duas se abraçaram. Candoca disse para Leila:
- Mulher, tu continua descalça, é?
- Claro, eu não uso calçados.
- Oxe, do mesmo jeito que quando tu morava lá. Toda de rosa e descalça.
Leila disse:
- E tu andava descalça, mas tá usando sapatos agora.
- Sim, mas eu continuo andando descalça, só estou de sapatos por conta da viagem.
- Isso é para os fracos, eu tô fora. Até para o trabalho vou de pés no chão, é assim que sou.
Candoca disse:
- Tu mora onde?
- Olha, onde eu moro não seria bom tu ir. É um lugar bem perigoso, eu tô muito visada lá, arrumei briga com a Dani Cruel, uma bandida.
- Nossa.
- Mas tu pode ficar nessa hospedaria de Luciana, aqui perto. A não ser que tu seja mais corajosa.
- Oxe, eu vou contigo, sim.
Leila e Candoca foram conversando bastante, e chegando em casa, um dos capangas de Dani Cruel. o Galego, disse:
- Quem é essa?
- Ela é minha amiga de Santana do Pajeú. Algum problema ela ficar na minha casa por hoje?
Galego disse:
- Não, pode ficar.
Candoca disse para Leila, quando entrou:
- Ele é tão bonito, pena que tá no crime...
- E tu tira os sapatos, não gosto de ver ninguém com calçados principalmente na minha casa.
- Tá bom, eu tiro. - disse Candoca, rindo.
Candoca tirou os sapatos, tomou um banho e jantou. As duas conversaram até tarde. No dia seguinte, deram um passeio rápido pelas ruas da cidade, e depois, Candoca voltou para Santana do Pajeú.
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