Numa certa tarde, na rodoviária de Lagoa da Italianinha, apareceu a Fabíola, com seu traje característico, como se vivesse na década de 50. Ela encontrou ali Cássia, que estava toda molhada, e Fabíola disse:
- Por que tais assim encharcada, hein, garota?
- Tava tomando banho no chafariz!
Fabíola disse:- Oxe, se banhar no chafariz é bom, eu já fiz isso. Mas tu devia se trocar de roupa, viu?
- Não, não gosto dessa ideia. Eu adoro ficar com a roupa encharcada e os tênis molhados, mesmo.
- Eita, tu é mais maluca que eu.
Fabíola convidou Cássia para ir tomar um café. Marlene olhava as duas e disse:
- Pronto, o encontro das duas que não têm um pingo de juízo!
Enquanto isso, uma questionava a loucura da outra, e chegou a vez de Cássia dizer:
- Por que tu anda assim vestida com essa roupa, tipo minha avó Alycia se vestia quando era jovem?
Fabíola disse:
- Mas que falta de respeito comigo é essa, mulher? Essa é a moda do momento!
- Do momento????
- Claro. Vestido chique, belíssimo. Assim como eu sou uma escritora, eu tenho que andar chique!
- Tu é escritora?
- Claro! Eu tenho em casa minha bela máquina de escrever, onde faço tudo...
- Máquina de escrever? Estamos na era da tecnologia! - disse Cássia.
- Tu vem com esses papos aí, isso é inveja. Eu sou uma escritora assim como minhas duas grandes divas da atualidade, duas escritoras que eu ainda irei conhecer! Cecília Meirelles e Clarice Lispector.
Cássia disse:
- Não é por nada não, mas pra tu conhecer elas, vai ter que morrer, porque elas já morreram. Eu sou maluca, mas não burra.
- Chega. Tu me agradece assim eu te pagar um lanche? Isso é inveja, dor de cotovelo, tá?
Fabíola pagou o lanche das duas e se retirou. Cássia ficou observando.
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