domingo, 18 de agosto de 2024

Uma maluca questiona a maluquice da outra

 

Numa certa tarde, na rodoviária de Lagoa da Italianinha, apareceu a Fabíola, com seu traje característico, como se vivesse na década de 50. Ela encontrou ali Cássia, que estava toda molhada, e Fabíola disse:

- Por que tais assim encharcada, hein, garota?

- Tava tomando banho no chafariz!

Fabíola disse:

- Oxe, se banhar no chafariz é bom, eu já fiz isso. Mas tu devia se trocar de roupa, viu? 

- Não, não gosto dessa ideia. Eu adoro ficar com a roupa encharcada e os tênis molhados, mesmo. 

- Eita, tu é mais maluca que eu. 

Fabíola convidou Cássia para ir tomar um café. Marlene olhava as duas e disse:

- Pronto, o encontro das duas que não têm um pingo de juízo! 

Enquanto isso, uma questionava a loucura da outra, e chegou a vez de Cássia dizer:

- Por que tu anda assim vestida com essa roupa, tipo minha avó Alycia se vestia quando era jovem? 

Fabíola disse:

- Mas que falta de respeito comigo é essa, mulher? Essa é a moda do momento! 

- Do momento????

- Claro. Vestido chique, belíssimo. Assim como eu sou uma escritora, eu tenho que andar chique!

- Tu é escritora? 

- Claro! Eu tenho em casa minha bela máquina de escrever, onde faço tudo... 

- Máquina de escrever? Estamos na era da tecnologia! - disse Cássia. 

- Tu vem com esses papos aí, isso é inveja. Eu sou uma escritora assim como minhas duas grandes divas da atualidade, duas escritoras que eu ainda irei conhecer! Cecília Meirelles e Clarice Lispector. 

Cássia disse:

- Não é por nada não, mas pra tu conhecer elas, vai ter que morrer, porque elas já morreram. Eu sou maluca, mas não burra. 

- Chega. Tu me agradece assim eu te pagar um lanche? Isso é inveja, dor de cotovelo, tá?

Fabíola pagou o lanche das duas e se retirou. Cássia ficou observando. 


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