Giuliana, a italiana valente que se aventurou em Lagoa da Italianinha quando este local ainda era o sítio Maniçoba, enfrentou muitos obstáculos por lá. Fugindo de Nápoles no começo da guerra, aportou em Recife e passou alguns anos trabalhando para uma família na capital pernambucana, até pedir demissão quando jogou água quente de propósito no seu patrão, que andava tentando seduzi-la. Isso já em 1944. Na ocasião, a esposa dele ficou irritada, e perguntou:
- Tu realmente queria seduzir essa italiana?
- Jamais que eu iria querer essa maluca de pés no chão!
Giuliana disse:
- Agora né?
Ao saber que no interior haviam famílias de italianos, se bandeou para lá. Conseguiu emprego na casa de Mônica, que embora não gostasse de estrangeiros, a aceitou lá. Seu filho Antônio Neto havia sido chamado para a guerra recentemente.
Giuliana andava sempre descalça e ia para todos os lugares de pés no chão, sendo alvo até de piadas por isso. Acabou se tornando amiga da camponesa descalça Maria Clara, a quem chegou a ter como "irmã mais nova".
Giuliana se enturmou no sítio e anos mais tarde, casou-se e formou família após passar um tempo presa por ter matado o cangaceiro Biu Ipojuca, em legítima defesa - por isso foi solta. Giuliana envelheceu e chegou a passar dos 90 anos.
Sua neta Lia vive em Lagoa da Italianinha, sendo que Aline Débora e Cyntia Fernanda são bisnetas de Giuliana.
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