Numa certa noite, Warlla, a "mendiga chique", perambulava pelas ruas de Lagoa da Italianinha quando viu Wéllia num bar, bebendo, e foi se aproximar dela. Wéllia a viu e disse:
- O que tu quer aqui?
- Conversar com você.
- Conversar? Tu não me engana. Tu tá toda vestida feito madame, mas já sei que tu dorme nas ruas, visse?
- Não vim te pedir esmolas.
- E veio pra que?
- Pra falar sobre sua prima, Rita de Cássia. Que está também vivendo nas ruas.
Wéllia riu e disse:
- Pois tomara que ela viva nas ruas pra sempre. Nem minha mãe a quer em casa.
- Percebi que tu não gosta dela...
- E daí? Eu detesto aquela doente mental, aquela suja fedorenta, que não larga daquela boneca encardida, caga e mija nas calças, é uma doida.
Warlla disse:
- Calma, nós temos algo em comum. Eu também detesto ela.
- Sério?
- Com ela saiu de casa e tá morando nas ruas, ela agora inventou de arrumar uma inimiga de rua. Eu, claro. Imagina, dona Wéllia, eu tão bonita, tão linda, tão elegante, eu me rebaixar a uma maluca cagona que tem mente de criança? Mas nós brigamos até no chafariz. Ela vive me afrontando!
- E o que tu quer comigo?
- Saber os pontos fracos dela, eu quero deixar ela nervosa, eu quero deixar ela louca...
Wéllia disse:
- Tu quer mesmo tirar ela do sério? Mexe com aquela boneca encardida dela. Aí tu vai ver o cão do segundo livro.
- Hum... já pensei numas ideias. Gostei da ajuda.
Wéllia disse:
- Agora, maluca, é tu e ela, não temos nada a ver com ela, mais.
- Tá certo.
Warlla saiu dali, já começando a tramar contra Rita de Cássia.
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