Mesmo morando numa das principais casas grandes de Vila Rica com a malvada Sinhá Adriana, que vivia maltratando sua escrava Gilmara, a francesa Jacilene procurava ajudar a cativa. Numa certa noite de 1788, Sinhá Adriana havia saído, e Jacilene começou a tocar piano. A escrava Gilmara foi servir a francesa, mas ficou observando.
Jacilene percebeu, e disse:
- Gostou, Gilmara?
- Sim, senhora. Lindo demais.
Jacilene pegou a taça que a escrava veio lhe trazer, e disse:
- Que aprender a tocar?
- Puxa, acho que não consigo aprender.
- Você consegue qualquer coisa. Venha, se sente. Eu te ensino. Não se preocupe, Sinhá Adriana vai demorar.
Gilmara, mesmo tímida e envergonhada, sentou-se e começou a dedilhar algumas teclas do piano. Jacilene lhe ensinava os acordes e como tocar.Uma hora depois, Sinhá Adriana chegou com sua tia Edlene, e Gilmara ainda estava no piano. Sinhá Adriana disse:
- Mas o que tá fazendo aí?
Quando Gilmara ia responder, Jacilene disse:
- Fui eu quem quis ensiná-la a tocar piano. Ela estava gostando de me ver tocar.
Sinhá Adriana disse pra Gilmara:
- Volte pra cozinha!
Gilmara saiu, e Sinhá Adriana disse:
- Jacilene, um conselho de amiga, aceite de coração. Não dê muita liberdade pra essa escrava dos pés sujos, não, que no primeiro bote, ela pode aprontar. Você entendeu?
- Sim. Me desculpe. Vou dormir.
Jacilene foi na cozinha, cumprimentou Gilmara e foi dormir.
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