Em 1942, o casamento da cearense Naná com o imigrante italiano Moysés, em um cartório de Vila Dourada, representou uma verdadeira reviravolta nas relações entre as famílias. Eles passaram sete anos se encontrando às escondidas, porque o coronel Jefferson, irmão de Naná, e o imigrante italiano Jadiael, primo de Moysés, disputavam posses de terras no sítio Maniçoba.
As duas famílias entraram em acordo e o casamento foi realizado, para surpresa dos viladouradenses. Foram morar em uma casa boa que ficava no povoado que já vinha crescendo.
Mas o relacionamento teve seus percalços. Naná era alvo de preconceitos na cidade, por ter se casado com um italiano. Além do mais, Moysés chegou a ter seu rádio confiscado, para que ele não pudesse saber notícias da Itália.
Naná sofria em ver seu esposo sendo alvo de discriminações. Mas Moysés não abaixava a cabeça. Os dois, certo dia, foram na venda de Ed - que muitas vezes os escondeu nos encontros deles -, e lhe vendeu algumas coisas.
Moysés disse:
- Naná é minha mulher, e minha companheira. Tem sido difícil pra mim tudo que sofro por causa de questa maledetta guerra. Ela tá sendo uma guerreira!
- É verdade, Ed. - disse Naná. - jamais o abandonarei.
- Isso é amor de verdade.
Moysés e Naná saíram dali, com as compras e Ed dizia:
- Coitados. Eles não tem culpa nenhuma dessa guerra maldita.
Mesmo assim, permaneceram felizes, atuando até como conciliadores quando suas famílias ameaçavam uma nova rivalidade. O filho mais velho de Moysés e Naná viria a ser o pai de Eraldo, Fabíola, Lidyanny e Isabela.
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