sábado, 26 de outubro de 2024

Perdida pela cidade

 

A índia Elly, certa noite de sábado, não conseguiu voltar para sua aldeia indígena, e ficou perambulando pelas ruas de Lagoa da Italianinha. 

Elly também não tinha dinheiro para passar a noite numa hospedaria, e nem poderia ficar no Terminal Rodoviário, pois a diretora Josenilda tinha proibido pessoas de dormirem por lá. 

Elly também não foi ao apartamento do seu primo Valdenes, pois era muito distante. Acabou vendo uma barraca, e foi lá. Ela disse para Josinete, a dona da barraca:

- A senhora fica aqui até que horas?

- A madrugada toda. Não fecho, não. 

- Pelo menos, posso ficar por aqui. Eu moro na aldeia, mas perdi a condução. 

- Imagino.... fica à vontade. 

Elly observava por ali alguns moradores de rua: Rita de Cássia, Patrícia, Andreza, Guilherme, Renata, Gílson, Juliana, Fábia, Solange e Gabriella. Elly disse:

- É tanta gente assim morando nas ruas?

- É, sim, viu. 

- Aquele de vermelho é Guilherme, meu primo. Tanto que o irmão dele Valdenes disse para ele sair das ruas, mas ele não sai. Ele gosta daquela louca ali, a Andreza. 

- É, eu já conheço essa história. Mas Andreza não quer saber dele, pois ela não quer se casar com ninguém. 

Elly notou que Gabriella discursava entre eles. Elly disse:

- Essa moça, ela fala e eles escutam com atenção. 

- Ela é cristã, deve estar falando algo da Bíblia...

- Ela???

- Sim, ela foi rica, mas perdeu tudo, depois virou cristã e vive assim pelas ruas, pregando. 

- Nossa, que interessante...

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