A índia Elly, certa noite de sábado, não conseguiu voltar para sua aldeia indígena, e ficou perambulando pelas ruas de Lagoa da Italianinha.
Elly também não tinha dinheiro para passar a noite numa hospedaria, e nem poderia ficar no Terminal Rodoviário, pois a diretora Josenilda tinha proibido pessoas de dormirem por lá.
Elly também não foi ao apartamento do seu primo Valdenes, pois era muito distante. Acabou vendo uma barraca, e foi lá. Ela disse para Josinete, a dona da barraca:
- A senhora fica aqui até que horas?
- A madrugada toda. Não fecho, não.
- Pelo menos, posso ficar por aqui. Eu moro na aldeia, mas perdi a condução.
- Imagino.... fica à vontade.
Elly observava por ali alguns moradores de rua: Rita de Cássia, Patrícia, Andreza, Guilherme, Renata, Gílson, Juliana, Fábia, Solange e Gabriella. Elly disse:
- É tanta gente assim morando nas ruas?
- É, sim, viu.
- Aquele de vermelho é Guilherme, meu primo. Tanto que o irmão dele Valdenes disse para ele sair das ruas, mas ele não sai. Ele gosta daquela louca ali, a Andreza.
- É, eu já conheço essa história. Mas Andreza não quer saber dele, pois ela não quer se casar com ninguém.
Elly notou que Gabriella discursava entre eles. Elly disse:
- Essa moça, ela fala e eles escutam com atenção.
- Ela é cristã, deve estar falando algo da Bíblia...
- Ela???
- Sim, ela foi rica, mas perdeu tudo, depois virou cristã e vive assim pelas ruas, pregando.
- Nossa, que interessante...
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