Numa certa noite, Warlla, a mendiga chique, caminhava pelas ruas de Lagoa da Italianinha, e ao chegar no Pátio Verona, foi na lanchonete de Quitéria. Ali estavam os casais Eraldo e Judilane, com Valdenes e Aline Débora. Eraldo viu Warlla de longe e disse:
- Pronto, chegou a maluca de rua que pensa que ainda é madame.
- Mulherzinha insuportável - disse Judilane. - anda vestida assim feito madame, mas todo mundo sabe que ela dorme nas calçadas.
Warlla se aproximou deles e disse:
- Oi, queridos... quero uma esmolinha, sabe? Eu ainda não comi nada.
- Não temos! - disse Eraldo.
- Como, não tem? E como está aqui?
Valdenes disse:
- É que é no pix, senhora.
- Oxe, e é? Acho que vou começar a receber minhas esmolas pelo pix.
Aline Débora disse:
- Senhora, a senhora pode nos dar licença, por favor?
- Oxe, aqui não é público, não, é? Pois eu quero ficar aqui, conversar com vocês.
- Você não é bem vinda! - disse Aline Débora.
- Pois eu vou ficar aqui. Quem tu pensa que é? Vê, tu e teu namorado, o Valdenes, os dois descalços, vê se pode. Eu moro na rua, mas sou chique, uso meus salto alto.
Judilane disse:
- Por favor, senhora, saia.
Quitéria viu que alguma coisa estava acontecendo, e disse:
- O que está acontecendo?
- Essa senhora tá importunando a gente! - disse Judilane.
Warlla disse:
- Eu só quero conversar, trocar umas ideias, sabe?
- Warlla, está importunando meus clientes - disse Quitéria - se continuar assim vou chamar a polícia.
- Polícia, não, que eu já tô mais suja que a cueca do Cascão!
- Então, você já jantou?
- Não.
- Vai, fica ali no pátio da igreja, vou te levar comida.
- Sim, senhora.
Warlla se sentou ali, e Quitéria disse:
- Perdoem-na, ela é assim, sabe?
- Insuportável ela, nos encheu aqui - disse Eraldo.
- Mais uma vez, mil perdões. - disse Quitéria.
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