sábado, 21 de setembro de 2024

A reta final de um pesadelo

 

À medida que os soviéticos avançavam em direção a Berlim, alguns prisioneiros do regime ditatorial começavam a ficar esperançosos. Alessandra, que estava presa em um campo de concentração na Polônia, já bastante magra e pálida, via a luz no fim do túnel, mas temia morrer antes da libertação. 

Klaus, o soldado que antes era nazista, mas depois se arrependeu e começou a proteger Alessandra, foi descoberto por isso, e acabou sendo julgado por traição e metralhado, mas havia se fingido de morto para depois se render aos russos. Pouco depois, temendo ser preso por traição, foi para a Suécia. 

No Brasil, no interior de Pernambuco, as primas alemãs Inalda e Danielly viam com ânimo as notícias. Elas não tinham mais rádio porque eles haviam sido confiscados pelo governo Vargas, mas iam na venda de Ed, no sítio Maniçoba, atual Lagoa da Italianinha, escutar as notícias. Inalda disse:

- Não me sinto bem torcendo contra meu país, mas infelizmente, é a melhor solução. 

- Mas ninguém tá torcendo contra nosso país, e sim, contra um ditador cruel e sanguinário que enganou nosso povo. 

- Não sei nem como está nossa amiga Alessandra, estou ainda querendo saber dela, não sei se ela tá viva ou morta...

Enquanto isso, na Polônia, Alessandra viu radiante os soldados soviéticos chegarem, e libertarem os prisioneiros. Alessandra estava magra, careca, pálida, muito suja e descalça, e algumas vezes, vomitava. Ela, mesmo sem forças para reagir, conseguiu sair correndo, ao lado dos outros libertos. 

Após o suicídio de Hitler e o fim da guerra, Alessandra escreveu para Inalda, e depois, se mudou para o Brasil, se fixando em Maceió, onde passaria o resto de sua vida. 

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