Corria o ano de 1788, em Vila Rica, e a jovem Milena espalhava ideias iluministas e anti-colonialistas na cidade. A francesa Jacilene tornou-se uma amiga da mineira que havia passado um tempo em Viena, na Áustria, e chegara no ano anterior. Não era muito difícil encontrar Milena tocando músicas de Mozart em seu piano.
Mas a Sinhá Adriana disse para Jacilene, que estava hospedada em sua casa:
- Tu anda com essa jovem chamada Milena?
- Sim, ela é minha amiga.
- Pois tu não devia nem ter amizade com ela, ela tem ideias erradas, ela quer separar o Brasil de Portugal e ainda é contra as monarquias, que ela chama de absolutismo, quando sabemos bem que Deus pode sim designar um homem para tomar conta de seu povo.
- Desculpe, Sinhá Adriana, mas não vou deixar de ser amiga dela, não. Nunca te escondi minhas ideias.
- Jacilene, tu come na minha casa!
- Obrigada. Mas eu não vou deixar de ser amiga de Milena. Ela é uma jovem admirável!
Jacilene saiu de casa naquele momento e contou para Milena, que disse:
- Eu já esperava isso, surpresa era se ela me aceitasse. Ela vive me perseguindo.
- Ela é tão má com você? Eu moro com ela, ela me hospedou quando vim da França, mas não concordo com isso não.
Milena disse:
- Ela odeia minhas ideias, ela fez até inferno para um antigo namoro meu acabar. Ela me persegue, me vê como uma semente do mal.
- Tenha calma, eu estou do seu lado.
Apesar de não suportar ver Jacilene defender Milena, Sinhá Adriana a manteve em sua casa, na esperança de fazer a francesa mudar de ideia.
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