Numa certa tarde, Flor estava sozinha na lanchonete - suas funcionárias Deinha e Santa não estavam, pois Deinha estava de folga e Santa estava almoçando -, quando viu a mendiga venezuelana Fabiana por ali. Fabiana se aproximou dela com alguns trocados que havia recebido e disse:
- Qué se puede comprar con este dinero?
Flor disse:
- Só um café, apenas isso.
- Solo eso? Tengo tanta hambre que ni mis hijos están aquí, están allá en la plaza.
Flor disse:
- Faz o seguinte, se sente ali, eu vou servir algo pra você. É por minha conta, certo?
- Gracias.
Fabiana foi se sentar. Flor a observava, e chamava atenção o semblante sofrido de Fabiana. Cabelos bagunçados, uma blusa vermelha muito suja, saia azul bastante suja e de pés descalços. Fabiana estava também suja mais que o normal.
Flor chegou com a comida, e Fabiana comia, com alegria. Flor disse:
- Notei pelo sotaque que não és brasileira, vem de onde?
- Venezuela!
- Nossa, aqui nesse país cada dia mais cheio de venezuelanos.
- Sí, he dormido en las calles de varias ciudades y me gustó aquí.
Flor disse:
- Não tem vontade de ter um abrigo?
- No quiero. Ni yo ni mis hijos.
Fabiana se levantou, depois de comer, e Flor disse:
- Pode ir, viu?
- Gracias!
Fabiana se retirou, e Flor a olhava atentamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário