Era uma manhã de sábado, dia de sol quente em Lagoa da Italianinha. Warlla, a "mendiga chique", aproveitou que não havia nenhum policial e entrou no chafariz, com roupa e tudo - nem os sapatos tirou. Deixou apenas a bolsa e os óculos escuros de fora.
Alguns passavam por ela e zombaram dela. Warlla disse:
- Tão olhando o que? Vão embora, cambada de fofoqueiros!
Warlla jogava água neles. Ela se divertia na fonte. Paula, a dona do restaurante, passou por ali, e vendo Warlla na fonte, disse:
- Oxe, entrasse aí com roupa e tudo?
- O que é que tem? Eu não ia tirar a roupa em público, né?
Paula disse:
- Se tu quisesse, poderia pedir pra tomar banho lá no banheiro do restaurante, eu deixava.
- Deixe, já tô aqui mesmo!
Warlla passou muito tempo na fonte, mas os policiais Júnior e Ana Clécia chegaram. Júnior disse:
- Não pode se banhar aí.
- Poxa, nós de rua, nem podemos tomar banho em paz. Parece que temos que ser sujos e fedidos.
Ana Clécia disse:
- Sinceramente, eu nem acredito que a senhora vive na rua. Vestida assim feito madame?
- Pra eu ser mendiga, tenho que ser suja, fedida e descalça? Não, isso não é pra mim.
Warlla saiu da fonte, e pegando sua bolsa e seus óculos, foi perambular pela cidade. Júnior disse:
- Ana Clécia, ela é de rua, sim, eu já vi ela dormindo numa calçada.
- E é tão amostrada assim?
- É o jeito dela.
Os dois policiais foram embora. Warlla aproveitou e voltou pro chafariz, onde passou mais meia hora.
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