Chegando na comunidade do Alto do Cruzeiro, Sara, com alguns militantes, entregavam santinhos e chapinhas, e iam nas casas das pessoas. Até que ela chegou na casa de uma mulher chamada Cheila, e disse:
- Boa tarde, senhora.
- Boa tarde. Que mal lhe pergunte, por que a senhora é careca?
- Opção minha, sou filha da juíza Suely.
- Ah, tá, a que devo a honra de sua visita?
Sara disse:
- Eu estou como candidata a vereadora, e estou aqui pela comunidade, fazendo visitas. Se a senhora não tiver candidato ou candidata, peço uma oportunidade. Me chamo Sara Jéssica, e...
- Interessante, muitos vêm aqui só de quatro em quatro anos...
- Olha, como é seu nome?
- Cheila!
- Vê só, dona Cheila, eu não sou vereadora, estou tentando meu primeiro mandato. E garanto que minha proposta é de reivindicar melhorias não só para essa comunidade, como para todas as outras. A prefeita é minha tia Myllena, mas nem por isso, eu deixo de cobrar.
- Está bem, então, vamos ao que interessa?
- O que é mais interessante que o futuro da nossa cidade?
Cheila disse:
- Olha, minha casa tá caindo aos pedaços, e quero cimento, tijolos... se a senhora me arrumar tudo isso, eu te garanto pelo menos 20 votos.
- Desculpe, senhora, não trabalho dessa forma.
- Então, candidata careca, pode se retirar da minha casa.
Sara ficou irritada e disse:
- Uma pena que muitas pessoas no Brasil agem feito a senhora, não é a toa que nosso país tá do jeito que está.
- Oxe, me arrume essas coisas e terá meu voto e de mais vinte.
- Não quero voto de pessoas corruptas que se vendem por tijolos, dinheiro, ou outras coisas.
- Corrupta, eu?
- Sim, desculpe a sinceridade. Mas a senhora não tem moral pra falar dos políticos corruptos. Eles só chegam ao poder porque pessoas como a senhora ajudam. Vocês fazem do voto uma mercadoria, quando ele é um direito que foi conquistado à custa de muito sangue!
- Já acabou seu sermão? Pode ir, tá?
Sara saiu dali, nervosa, e disse aos militantes:
- Se for pra ganhar eleição desse jeito, prefiro perder feio! Mas não compro um voto!
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