segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Sara perde a paciência com eleitora

Numa certa tarde, Sara, a filha da juíza Suely, que é modelo e empresária, e que se lançou como candidata a vereadora, apoiando sua tia, a prefeita Myllena, em Lagoa da Italianinha, mal havia descansado de sua chegada do Rio de Janeiro, e foi fazer campanha em busca de votos. 

Chegando na comunidade do Alto do Cruzeiro, Sara, com alguns militantes, entregavam santinhos e chapinhas, e iam nas casas das pessoas. Até que ela chegou na casa de uma mulher chamada Cheila, e disse:

- Boa tarde, senhora. 

- Boa tarde. Que mal lhe pergunte, por que a senhora é careca?

- Opção minha, sou filha da juíza Suely.

- Ah, tá, a que devo a honra de sua visita?

Sara disse:

- Eu estou como candidata a vereadora, e estou aqui pela comunidade, fazendo visitas. Se a senhora não tiver candidato ou candidata, peço uma oportunidade. Me chamo Sara Jéssica, e...

- Interessante, muitos vêm aqui só de quatro em quatro anos...

- Olha, como é seu nome?

- Cheila!

- Vê só, dona Cheila, eu não sou vereadora, estou tentando meu primeiro mandato. E garanto que minha proposta é de reivindicar melhorias não só para essa comunidade, como para todas as outras. A prefeita é minha tia Myllena, mas nem por isso, eu deixo de cobrar.

- Está bem, então, vamos ao que interessa?

- O que é mais interessante que o futuro da nossa cidade?

Cheila disse:

- Olha, minha casa tá caindo aos pedaços, e quero cimento, tijolos... se a senhora me arrumar tudo isso, eu te garanto pelo menos 20 votos. 

- Desculpe, senhora, não trabalho dessa forma. 

- Então, candidata careca, pode se retirar da minha casa. 

Sara ficou irritada e disse:

- Uma pena que muitas pessoas no Brasil agem feito a senhora, não é a toa que nosso país tá do jeito que está. 

- Oxe, me arrume essas coisas e terá meu voto e de mais vinte. 

- Não quero voto de pessoas corruptas que se vendem por tijolos, dinheiro, ou outras coisas. 

- Corrupta, eu?

- Sim, desculpe a sinceridade. Mas a senhora não tem moral pra falar dos políticos corruptos. Eles só chegam ao poder porque pessoas como a senhora ajudam. Vocês fazem do voto uma mercadoria, quando ele é um direito que foi conquistado à custa de muito sangue! 

- Já acabou seu sermão? Pode ir, tá?

Sara saiu dali, nervosa, e disse aos militantes:

- Se for pra ganhar eleição desse jeito, prefiro perder feio! Mas não compro um voto! 

 

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