Era fim de tarde, e Marlene estava fechando sua lanchonete, e suas funcionárias Santa e Deinha já se preparavam para ir embora. Nessa hora, a mendiga Warlla, que se veste como se fosse uma madame rica, já estava bêbada, e ela se aproximou de Marlene e disse:
- Bota mais uma dose aí!
- Já estamos fechando, não podemos!
- Oxe, eu tô pagando! Olha aqui o dinheiro, olha. Eu sou de rua, mas arrumei grana! Bota logo uma dose!
Naquela hora, dois casais, Eraldo e Judilane, e Valdenes e Aline Débora, passavam pelo local. Aline estava se preparando para pegar um carro para o sítio. Eles pediram um lanche e Deinha os serviu. Warlla disse:
- Oxe, serviu a eles e não me servem a bebida? Ah, isso não vai ficar assim, não!
Warlla começou a fazer um grande escândalo, e Valdenes disse:
- Moça, para de gritar, você tá bêbada, vamos levar você na sua casa!
Warlla riu e disse:
- Que casa???? Eu não tenho casa, moço! Mas entendo, porque eu estou vestida assim, uma princesa, não é mesmo? Roupa chique, sapatos de salto alto... mas eu sou andarilha!
Eraldo disse:
- É melhor tu se controlar, tu tá gritando muito alto!
- Eu grito quantas vezes eu quiser! Eu pedi pra essa imbecil que me servisse uma bebida, e ela não quis me servir! Por que já tá fechando. Até eu sendo vestida assim chique, sou discriminada por ser moradora de rua!
Aline Débora disse:
- Essa madame já tá enchendo a paciência.
- Madame, nada, ela é uma mendiga, não viu ela falar?
- E se veste assim?
- Ela já foi rica, mas perdeu tudo. Só nostalgia dela, mesmo.
Eraldo foi tentar acalmar Warlla, que de tão alcoolizada, começou a fechar os olhos e caiu no chão, de sono. Marlene disse:
- Pega o dinheiro do bolso dela, Deinha.
Deinha ia pegar, mas Eraldo disse:
- Não faz isso. Isso não é honesto.
- Mas ela disse que pagaria.
- Mas na situação que ela está ninguém sabe. Marlene, faz o seguinte, eu quero saber quanto ela gastou na bebida.
- 70 reais!
Valdenes disse:
- Danou-se, ela tinha tudo isso????
- Ela disse que tinha conseguido, não sei como.
Eraldo pegou 70 reais e deu à Marlene, dizendo:
- Fica pago, por ora. Se ela lhe pagar, aí tu me devolve.
- Está bem, Eraldo.
Os quatro terminaram seu lanche e foram embora. Marlene fechou a lanchonete, as duas funcionárias foram para suas casas e Warlla já dormia no chão.
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