Era de manhã cedo, e na rodoviária de Lagoa da Italianinha, a presença da mendiga Deza incomodava ali, não só pela sua sujeira excessiva como pelo mau cheiro.
Curiosamente, apesar de ser moradora de rua, Deza não pedia esmolas. Ficava sentada à margem, muitas vezes, só observando as pessoas.
Santa, a funcionária da lanchonete de Marlene, disse para sua colega Deinha:
- Aquela mulher ali, a Deza, tá com um cheiro insuportável, fedendo a... aquilo que nós soltamos depois que comemos.
Deinha disse:
- Também, ela caga nas calças! Não era pra menos.
O diretor da rodoviária se aproximou de Deza, e pediu para ela se retirar. Deza disse:
- Oxe, só por que sou mendiga, é?
Ele disse:
- Vamos ser diretos, não é pela senhora ser mendiga, mas pela sua catinga insuportável.
- Ah, não diga! Pois eu não vou sair, que essa rodoviária é pública!
- Por favor, não me faça tomar medidas drásticas...
- O que? Vai me bater? Se tocar em mim, vai ficar com catinga de bosta feito eu, eu tô toda cagada, não precisa nem dizer, né? - disse Deza.
O diretor da rodoviária ficou sem saber o que fazer. Mas pouco depois, Deza saiu dali, nervosa, e foi se deitar ali perto.
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