Deza é criticada por sobrinhas

O embate político em Lagoa da Italianinha envolvendo a mendiga Deza chegou a uma situação um tanto insustentável. Militantes da prefeita Myllena apontavam que Deza, que vive nas ruas há mais tempo que qualquer outro mendigo na cidade, é tia de Mimi, a principal candidata da oposição. 

Paula, uma das irmãs de Mimi, mas que mesmo assim, vota com Myllena, decidiu entrar na polêmica. Paula disse em uma entrevista:

- Realmente, a Deza é nossa tia, mas ela não gosta da gente, ela quer viver desse jeito. Ela sempre teve apoio do meu pai, o irmão dela, mas ela sempre foi assim, ela tem um transtorno sério. E ela não gosta da gente! 

Luciana, a outra irmã delas, foi mais além. Disse até que Deza "vive nas ruas por que quer". Luciana disse:

- Tia Deza tem uma casa, que a gente ofereceu pra ela, mas e ela não quis, e alugamos para outras pessoas, e inclusive, ela poderia até ficar na minha hospedaria. Mas ela não quer ter casa, quer ficar nas ruas, vagando, e sem contar que ela quer ser assim, tão suja, que as pessoas não aguentam nem chegar perto dela. Tia Deza, ainda por cima, faz cocô nas calças, xixi nas calças, uma nojeira, e esse grude que cobre ela toda. Ela vive assim por que quer. 

Na cidade, Deza já é moradora de rua desde o fim dos anos 80, sendo a primeira mendiga na cidade. Mimi, sua sobrinha, tentou sempre ajudar Deza, mas ela se negou a receber ajuda. Paula tentou até que sua tia Deza fosse para um CAPS se tratar, mas Deza se recusou. 

Quando alguns moradores de rua ganharam apartamentos nos prédios do Luar do Sertão e Bella Ciao, Deza foi a que mais se negou a ir para lá, e evitava até mesmo falar com as pessoas da Secretaria de Ação Social. 

Deza estava na rodoviária, e ela foi pedir um cigarro. Marlene disse:

- Tem duas sobrinhas suas que estão falando de você, Deza. Disse que tu tem casa, só vive assim nas ruas por que quer. Parece que até a candidata Mimi é sua sobrinha, né?

Deza arregalou os olhos e disse:

- Não tenho sobrinha, não tenho família! 

Deza se retirou, e nervosa, se deitou no chão perto de onde os ônibus paravam.