Certa tarde, Eraldo e Valdenes foram visitar Esdras. Como se sabe, Eraldo é candidato a prefeito, e Valdenes, a vice-prefeito. Esdras havia declarado apoio à dupla na corrida pela prefeitura local. Hadassa não estava em casa, pois estava na casa de Greta.
Esdras levou Eraldo e Valdenes ao seu ateliê, sendo que Valdenes viu um quadro com uma foto de uma mulher muito bonita e disse:
- Essa é a dona Emma, sua esposa?
- Sim, ela mesma.
Eraldo disse:
- Ela era muito bonita.
Valdenes disse:
- Bonita por fora e bonita por dentro, com todo respeito, amigo Esdras, eu ainda morava nas ruas, e ela me dava comida. Uma pena ela ter morrido daquela forma tão trágica, aquela fatalidade...
Esdras disse:
- Não acredito em fatalidade.
- Como assim? - perguntou Eraldo.
Esdras disse:
- O seu Ademar, o pai dela, que mora lá em Vila Dourada, queria matar ela pra que ela não ficasse com a herança dela.
- Oxe, mas isso não tem cabimento. - disse Valdenes.
- É por que nenhum de vocês dois conhecem seu Ademar como eu conheço. Ele é um psicopata da pior espécie.
- E por que tanto ódio contra a própria filha? - disse Valdenes.
- Porque ela se casou comigo, apenas isso.
Eraldo disse:
- Meu camarada, se ele foi capaz de fazer isso, mandar a própria filha pra morte, ele consegue ser pior que Hitler e Mussolini juntos!
- Um dia espero provar isso e ver ele mofando na cadeia. Mas a dificuldade é que ele é muito rico, tem fazendas, comércio, em Vila Dourada.
- Não posso nem acreditar nisso - disse Valdenes.
- São seis anos de muito sofrimento, ela morreu há seis anos em uma batida de um carro, sendo que do nada, deu alguma coisa no carro dela quando ela voltava de Vila Dourada pra Lagoa da Italianinha. O carro estava em perfeito estado, alguém sabotou a mando do monstro do pai dela. E não quero nem que ele chegue perto da minha filha!
Eraldo e Valdenes acalmaram Esdras, e foram tomar um café. Pouco depois, Hadassa chegou em casa com Greta, e os cinco começaram a bater um longo papo.
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