O ano era 1787. Tassiana, outrora muito pobre, tinha melhorado de vida e estava residindo em um sobrado adquirido por ela mesma. Ela foi convidada juntamente com Márcia para ir jantar na casa de Edlene.
Na hora do jantar, estavam à mesa Edlene, sua sobrinha Sinhá Adriana, a francesa Jacilene, além de Tassiana e Márcia. Sinhá Adriana disse para sua tia Edlene:
- Tia Edlene, a senhora insiste em ser boazinha com os pobres, não acha que tá exagerando?
- Adriana, eu trouxe minhas duas amigas, e Tassiana não é mais pobre, ela melhorou de vida.
Sinhá Adriana disse:
- Uma vez pobre, sempre pobre.
Tassiana disse:
- Pode ser, mas não sou pobre de caráter. Por que a fama aqui em Vila Rica é muito grande sua. Você é cruel, maltrata os escravos, e já mandou até matar pessoas, eu conheço a história do menino Thomas, que é adotado pela Brenda, e você simplesmente matou os pais dele.
- Mas é muito petulante a senhora, eu não matei ninguém.
- Não falo coisas ainda mais sérias que sei de você por consideração à sua tia.
A francesa Jacilene, que estava à mesa, disse:
- Por favor, vamos comer em paz.
- Pois eu não vou voltar a comer enquanto essa senhora não se retirar - disse Sinhá Adriana.
Tassiana se levantou e disse:
- Não se preocupe, estou me retirando.
Edlene disse:
- Pare com isso, Tassiana. Eu te convidei. Sente-se.
Sinhá Adriana disse:
- Então, sou eu quem não quero mais continuar. Perdi a fome.
Sinhá Adriana se retirou, e Tassiana disse:
- Desculpe, Edlene, não queria causar isso...
- Eu que te peço desculpas pela minha sobrinha, não foi assim que meu irmão criou ela, não. Mas eu vou ter uma conversa séria com ela!
Márcia disse:
- Uma pena, Edlene.
Jacilene disse:
- Não concordo com muitas coisas que ela faz, mas tenho que ficar calada, ela é a dona da casa, eu vim da França e ela me acolheu.
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