Certa manhã, o empresário Ademar saiu de Vila Dourada e foi até Lagoa da Italianinha, e ele chegou na escola de música de Eraldo. Clíntia disse:
- Pois não, moço?
- Gostaria de falar com o dono desse estabelecimento.
Eraldo estava ali e foi chamado, e os dois conversaram ali dentro do escritório. Pouco depois, Valdenes chegou e viu Ademar ali. Ademar olhou Valdenes e disse:
- Como é, seu Eraldo, que tu deixa esse moço estar descalço aqui?
- É o jeito dele, seu Ademar.
Valdenes olhava-o com raiva. Ademar disse:
- Bom, eu acho que isso é falta de respeito, mas tudo bem.
- É, senhor, sapatos, eu só uso em banhos.
- Oxe, que loucura é essa?
Valdenes disse:
- Pois, certo dia, eu estava no chuveiro, apareceu um escorpião e matei ele, eu estava de sapatos, e com roupa social.
- Pois já vi que essa escola é cheia de loucos, mesmo. Vou indo embora. - disse Ademar.
Quando Ademar saiu, Valdenes perguntou:
- O que esse Hitler Mussolini queria com você?
- Um negócio absurdo, ele queria comprar essa escola de música.
- Comprar? E ela está à venda? - disse Clíntia.
- Claro que não. Eu recusei a proposta dele! - disse Eraldo, que foi logo entrando na sala. Valdenes disse para Clíntia:
- Esse homem aí é cruel que tu nem imagina, ele não vale o peido de um gato!
- Por que tu diz isso, Valdenes?
- Esse daí é avô daquela menina, Hadassa, a filha do botânico Esdras. Mas ele não quer nem saber dela.
- Já vi que ele não presta mesmo, pois só uma pessoa má pra não gostar daquele anjinho!
- E tem mais, Esdras me diz que esse homem matou a própria filha, que era a esposa do Esdras. A tal de Emma.
- Mas ela morreu em um acidente, eu me lembro.
- Acidente que segundo Esdras, foi provocado por esse senhor. Ele não queria dar sua herança pra filha, depois que ela se casou com Esdras. E tem mais, esse senhor batia na mulher, mas parece que ela largou ele depois da morte da filha, tá morando lá em Maceió!
Clíntia disse:
- Valdenes, vou te ser franca. Eu me senti mal com a presença dele. E eu não sabia de nada disso que tu tá me contando.
- Claro, né? Onde ele chega, só vem coisa ruim.
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