Numa certa manhã, na rodoviária de Lagoa da Italianinha, estava uma mulher com boa aparência, vestindo uma blusa, paletó, calça e sapatos salto alto. Ela, porém, pedia esmolas por ali. Mas as pessoas estranhavam, pois ela não tinha jeito de ser pobre.
Mas na realidade, ela, que se chama Uleuda, é pobre, sim. E dorme nas ruas, não tem casa. Apesar de muito chique, algumas sujeiras em sua roupa denunciava sua condição. Ela foi tomar café na lanchonete de Marlene, e ela dizia:
- O povo me olha assim, toda produzida, mas sou pobre, mesmo. Não tenho casa.
- Tá se vestindo muito bem para ser uma mendiga...
- É costume meu mesmo, oras.
Marlene temia que ela fosse uma golpista. A policial Ana Clécia passou por ali, e ia tomar café, quando viu Uleuda. Marlene perguntou:
- Essa mulher tão bem vestida assim, é andarilha?
- Ela é, sim, eu conheço ela. Ela se veste assim por saudades de quando era rica, vivia na alta sociedade. Perdeu tudo, foi morar nas ruas, mas não perdeu a pose.
Uleuda circulava por ali, e depois ainda foi para a praça, se banhar de roupa e tudo no chafariz. O interessante é que Uleuda não era a única mendiga que se vestia parecendo madame.... Uma outra, conhecida como Madame Anne, também circulava bem vestida. E por sinal, as duas se odiavam.
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