Entre 1939 e 1946, incluindo o período da Segunda Guerra Mundial, Tia Sandra esteve internada em um manicômio em Milão. Ela, que era adulta, mas tinha mente de criança, e que não largava de uma boneca de pano, chegou até mesmo a fugir de casa e dormir várias noites nas ruas de Verona, por se sentir discriminada por sua família. Sua situação piorou depois que sua sobrinha Lanie partira para o Brasil em 1935. Tia Sandra chegou a viver nas ruas por dois anos seguidos, entre 1935 e 1937.
Pouco depois de Tia Sandra ser internada no manicômio, a França e a Inglaterra haviam declarado guerra contra a Alemanha, e a Itália também entrou na guerra ao lado da Alemanha. Foi aí que Tia Sandra também viveu momentos de terror. Apesar de ser conhecida por ser calma, doce e meiga, Tia Sandra ficava nervosa e com medo com frequência por conta da guerra. Inclusive, era frequente Tia Sandra usar camisa-de-força.
Numa certa noite de 1943, ela escutou o barulho de uma bomba caindo, e ela começou a chorar feito criança. Apesar de já ter 52 anos, agia feito criança. Ela disse:
- Bomba, bomba, socorro!!!!!!
Ela até chegou a se abraçar com sua boneca, dizendo:
- Não vai acontecer nada, filhinha, nada!
Nervosa como estava, colocaram-lhe uma camisa-de-força. Algumas bombas caíram por ali, mas nenhuma atingiu o local onde ela estava internada. Depois, os médicos deram um calmante e Tia Sandra acabou adormecendo.
Nesse mesmo ano, a Itália se rendeu na guerra, e Mussolini foi deposto. Mas o inferno não acabou. Isso porque a região norte da Itália - onde ficava Milão também - foi ocupada pelos alemães, e nossa heroína não encontraria sossego. O tormento só acabaria em 1945, com o fim da guerra. No ano seguinte, Tia Sandra foi levada para o Brasil por sua sobrinha Lanie.
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