Numa certa tarde, a juíza Suely estava em sua casa, quando apareceu sua filha Sara, acompanhada com uma mulher de vestido branco, meio suja e descalça. Era a mendiga Layana. Suely disse:
- Ué, filha, quem é essa?
- Essa pobre mulher passou a noite dormindo na porta da minha loja.
Suely disse:
- Moça, qual é seu nome?
- Layana. Eu sou andarilha.
Sara disse:
- Vim trazê-la para almoçar com a gente. Os vizinhos lá da loja disseram que ela é pessoa boa.
Layana estava feliz em almoçar. Em dado momento, Layana disse:
- Interessante, vocês duas, carecas...
- Sim - disse Sara - e por opção.
Layana disse:
- Oxe, eu nem teria coragem de raspar minha cabeça...
Suely disse:
- Pois coragem não faltou pra mim e pra minha filha. E olha que quando fiz isso ela me achou doida. Mas depois ela mesma quis e gostou.
Layana ria. Sara perguntou:
- Tu tem família, Layana?
Layana deixou de sorrir e disse:
- Não quero falar da minha família...
- Por que????
- A senhora me desculpe, mas não falo deles.
Layana terminou de almoçar, depois agradeceu à Sara e Suely e foi embora. Em dado momento, Suely disse:
- Sara, eu sei que tu tem um coração enorme e me orgulho disso, mas não vamos exagerar. Bom seria se tu vier trazer alguém para almoçar, me avisar antes. E é bom que saiba quem tá trazendo.
- Não se preocupe, mãe, eu sei quem é ela. Jamais colocaria sua vida em risco.
- Eu sei disso.
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